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9 de set. de 2012

ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS


A marca da sociedade atual é ser uma sociedade de órfãos de Pais Vivos. O que quero dizer com isso, não bastar ter um filho para ser pai. Pois ser Pai no sentido da palavra, a nossa sociedade está muito distante disso. Aproveito para transcrever abaixo um capítulo do Livro Sociedade dos filhos órfãos, de Sergio Sinay.
Um filho é um acidente biológico. Todas as espécies se reproduzem. A espécie humana também. Baste unir um macho e uma fêmea sexualmente e se obterá um filhote da espécie em questão. No caso dos humanos, são chamados de bebês. E, repito, trata-se, a princípio, de um acidente biológico. Sei que esta declaração escandalizará muita gente, no entanto é necessário dizer. Ter um filho é um acidente biológico. Transformar essa peripécia em um fato transcendente e significativo, em um ato pleno de sentido, em uma contribuição ao aperfeiçoamento da vida humana e planetária, em um acontecimento espiritual que vai além do pessoal é um processo que requer consciência, compromisso, responsabilidade e amor.  Através desse processo, nos convertemos em pais e mães no sentido mais profundo e essencial da palavra. Quando isso não acontece, somo meros reprodutores, simples causadores (vou dizer novamente) de um acidente biológico. Um acidente que muitas vezes é trágico e doloroso. Quando desertamos da consciência do compromisso, da responsabilidade e do amor implícitos à concepção de uma vida, o acidente tem como resultado a orfandade. A orfandade, entendida a partir de seu aspecto mais devastador, deixa filhos sem amor, sem referência, sem alimento emocional, sem orientação ética, sem modelos existenciais, sem nutrientes espirituais. Abandona-os à deriva. Na medida em que essa deserção aumenta, quando se converte em um paradigma da relação entre pais,mães e filhos, nos vemos diante de um fenômeno social de conseqüências graves, amplas, sutis e explícitas, imediatas e de longo prazo, na maioria das vezes, irreversíveis. Quando essa deserção se converte – cruel paradoxo- em um modelo de criação, nos vemos cercados por legiões de órfãos. Descobrimos que estamos vivendo em uma sociedade de filhos órfãos.
Essa é a sociedade que vivemos hoje. A morte física dos pais não é condição necessária para o filho se transformar em órfão. E a presença deles não é, por sua vez, uma garantia contra a orfandade. Uma criança pode ver seus pais todos os dias, r contato físico e material com eles, viver sob o mesmo teto, ser matriculados no colégio por eles, receber dessas mesmas pessoas o alimento que come e a roupa que veste e ser um órfão. Ao contrário, há crianças que perderam física ou emocionalmente seus progenitores e, no entanto, encontraram fontes nutrientes (de afeto, de valores, de condutas, de atenção, de valorização, de confirmação) que desempenharam em relação a elas, e com vantagens, as funções materna e paterna.
A orfandade mais radical, profunda e devastadora é o fruto amargo, ente outras causas, da crença de que criar um filho é muito semelhante a brincar de boneca. Na era da automação, quando administramos o mundo através de teclas (do computador, do forno de micro-ondas, do celular, do aparelho de DVD, do painel do automóvel, etc .), quando fechamos as brechas entre o desejo e sua realização e os serviços de entrega dos restaurantes nos trazem rapidamente tudo cozido, requentado e sem nossa participação na elaboração e cozimento, nos tempos em que esperar é sinônimo de desesperar, chegamos a nos convencer de que os filhos são feitos, tidos e criados à la carte. Fantasiamos que a paternidade e a maternidade são, definitivamente, simples exercícios de manipulação de um painel de controle. Quero um filho que seja menino (ou menina), quero que nasça no dia e horário programado (como planejamos com o obstetra, uma vez que ele e nós temos uma agenda complicada), quero que saiba inglês, que jogue tênis, que seja meu amigo ( ou amiga), que me divirta, que me deslumbre com sua inteligência, que seja saudável, que durma nove ou dez horas desde o princípio, que tenha amiguinhos (ou amiguinhas) com as quais faça programas, que se adapte às minhas necessidades, viagens e excursões, que me deixe com tempo para mim mesmo, que seja um geniozinho da informática, que seja o melhor de sua classe, que desperte a inveja de  meus amigos, que não me questione quando crescer, que não me traga problemas, que me peça que o leve e que o traga, mas apenas quando me convier, que me admire, que não compita comigo (embora eu compita com ele ou com ela), que amanhã me dê netos ou netas tão perfeitos como ele ou ela (e que, além disso, esse netos não me chamem de “vovô” ou “vovó e sim pelo meu apelido para que não me sinta velho ou velha). E, além disso, desejo que alguém se encarregue de que tudo transcorra assim, como estou pedindo. Alguém. A babá, a escola, o computador, minha mãe, minha sogra, o terapeuta, o celular, o McDonald’s, o clube, a academia. Alguém. Que alguém se ocupe. Porque eu não tenho tempo.

Mondiad

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