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25 de jun. de 2015

A IGREJA EM SARDES

Apocalipse 3:1-6

Como a igreja foi sofrendo queda progressiva, desde as obras dos Nicolaítas no período apostólico até o domínio da profetiza Jezabel no sistema Católico Romano, Deus não pode mais tolerar tais coisas. Consequentemente vem Sardes. Sardes significa “restauração” no grego. Sardes foi a reação de Deus a Tiatira. A história dos reavivamento é a história das reações divinas. Toda vez que Deus começa a realizar uma obra de reavivamento, Ele está reagindo contra o estado atual das coisas. Ora, a reação de Deus é a recuperação do homem.
3.1 – “Estas cousas diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas”. – Em Éfeso o Senhor conserva na mão direita as sete estrelas, em Sardes Ele tem as sete estrelas. Éfeso é a deteriorização da época apostólica, enquanto Sardes é a recuperação de Tiatira. Em Éfeso encontramos obras sem amor, e em Sardes, nome sem vida. Portanto estas duas formam um par.
Os sete espíritos são enviados por Deus ao mundo para realizar as obras de vida. Em Éfeso as sete estrelas apontam para os mensageiros, mas aqui elas significam iluminação. A obra de reavivamento é feita em parte no Espírito e em parte pela luz recebida. Portanto podemos dizer que Sardes representa a história da Igreja Protestante desde a Reforma até o retorno do Senhor.
“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto”. – Ninguém nunca terá qualquer dúvida de que Lutero era um servo de Deus; nem duvidará da Reforma como sendo uma peça magnificente da obra de Deus, uma reação divina. Quando Lutero começou a sua obra de reforma, isso era Sardes. A sua motivação foi totalmente pela restauração.
3:2 – “Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus”. – O Senhor não diz que a obra não é íntegra ou perfeita, tendo tudo um ótimo começo, porém sem conclusão. Sendo o Senhor perfeito como Ele é, demanda sempre a perfeição.
Com a Reforma nós tivemos a justificação pela fé restaurada, bem como a Bíblia aberta; mas no que tange à igreja, a Reforma até hoje ainda imita Roma, em vez de retornar à condição da igreja primitiva. Isto é história. A Reforma deixa a questão da igreja sem resolução. O próprio Lutero não considerou a justificação pela fé como sendo suficiente para se fazer uma Reforma completa, pois havia coisas concernentes à igreja que forma deixadas para outros lidarem com elas. Portanto, nós estacamos. Embora tenhamos retornado a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos até agora não tem havido mudanças formidáveis na condição da igreja. As igrejas na Reforma tornaram-se unidas a várias nações. Assim como Tiatira está casada com o mundo, da mesma forma Sardes também está unida às diferentes nações.
No século dezoito começou a história dos dissidentes. Daqueles que não queriam seguir as linhas nacionais utilizadas no lugar da doutrina, como sendo suas linhas de demarcação.
“Tendes nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer”. – Isto se refere à justificação pela fé e a Bíblia aberta para todos. Durante toda a história de Sardes, essas coisas parecem estar se extinguindo, e o Senhor no entanto exorta aos crentes para estabelecerem as coisas que ainda restam.
3:3 – “Lembra-te, pois, de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te”. – A história do Protestantismo é uma história de reavivamento. Hoje o Protestantismo se comporta como se fosse um cálice. Sempre que há bênçãos de Deus, as pessoas se organizam a fim de contê-las. Enquanto a bênção de Deus ainda estiver ali, ela será mantida. Durante a primeira geração, o cálice está cheio; com a segunda geração, no entanto, está apenas cheio pela metade, e assim a mensagem se torna menos clara; e lá terceira ou quinta geração, não há mais água mas somente o cálice permanece. As pessoas então começam a discutir acerca de qual cálice é o melhor, embora ninguém possa obter qualquer coisa para beber. E o resultado: Deus responde com outra reação, e assim uma outra Sardes nasce.
O homem sempre tenta organizar as coisas para preservar a graça de Deus. Ora, o cálice feito pelo homem nunca será quebrado porque nunca faltarão pessoas que se esforçarão para manter esta situação. Portanto, a história inteira é uma história de reavivamento. Por um lado há reavivamento, pelo qual somos gratos a Deus; e por outro lado, nestes reavivamento o homem nunca torna ao princípio; e consequentemente nós cristãos somos repreendido por Deus. Os servos de Deus têm um problema, eles têm grande dificuldade em distinguir entre o que é água viva e o que é um cálice vazio. E assim, de cada cálice antigo há sempre o surgimento de algum cálice novo. O Protestantismo, portanto, está sempre experimentando reavivamento, ainda assim o Senhor declara que é imperfeito. Está quase perfeito, mas não totalmente, uma vez que ele nunca tem retornado ao início.
“Lembra-te, pois, de como tens recebido e ouvido” – A questão não é de como receber e ouvir agora, mas antes de como as coisas foram recebidas e ouvidas então. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42). Nós não podemos inventar uma comunhão. A comunhão dos apóstolos é a comunhão de Cristo. Se for ensinamento dos apóstolos, na verdade é o ensinamento de Cristo. O erro da igreja em Tiatira foi o de ter criado o seu próprio ensinamento. Até aqui Deus não nos tem encarregado de inventar, apenas de receber. Durante os últimos 20 séculos tudo tem podido ser inventado, exceto a verdade. Nós podemos descobrir a verdade no nosso espírito, mas nunca podemos inventar qualquer verdade no nosso espírito, mas nunca podemos inventar qualquer verdade.
“Virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti” – No grego a palavra traduzida como contra é epi – que significa vir até você, mas sem que se saiba. A vindo do Senhor será assim. Muito irmãos do passado observaram corretamente que o ladrão vem para roubar o que há de melhor. Assim também ocorrerá com o Senhor, roubará o que há de melhor na terra. Apenas o melhor estará em Suas mãos. “Um será tomado, e deixado o outro” (Mt 24:40). Sendo assim Ele diz: “Se não vigiardes, virei como ladrão” (3:3).
3:4 – “Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas”. – O Senhor dá atenção especial aos nossos nomes. Quando estamos diante de Deus, estamos vestidos de Cristo, porque Ele é a nossa vestidura branca. Mas quando estamos diante de Cristo no Seu tribunal, necessitamos de estar vestidos também de “linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (19:8 Darby). Os atos de justiça estão no plural.
3:5 – “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”. – Aqui não é uma questão de ter um nome escrito, mas sim uma questão de ter um nome confessado. No tempo da ressurreição os anjos também estarão presentes. É aquele a quem o Senhor confessar terá parte no reino, mas aquele cujo nome não é reconhecido pelo Senhor, não terá porção no reino. Ora, isso não é uma questão de eternidade, é uma questão de reinar com Cristo. Quão patético será ter o nome escrito no livro da vida, todavia não confessado pelo Senhor!


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