Nós devemos e precisamos investigar, portanto, de que maneira Deus perdoa os pecados dos homens; e, com a intenção de fazer isso de uma maneira mais clara, deixe-nos primeiro considerar o que é pecar e o que é fazer expiação pelo pecado.
Se o homem e o anjo sempre dessem a Deus o que devem, eles nunca pecariam. Então, o pecar não é a mesma coisa que negar a Deus o que se Lhe deve?
Essa é a dívida que tanto o homem quanto o anjo possuem para com Deus, em que, se O pagam, não existe o pecado, e se não O pagam, pecam. Esta é a justiça, ou a retidão da vontade, que torna um ser justo ou reto de coração, isto é, na vontade; e isto é a única e toda a honra que devemos a Deus, e o que Deus requer de nós. Portanto, é esta tal a única vontade, quando pode ser exercitada, que opera agradavelmente para Deus; e quando esta vontade não pode ser exercitada, ela sozinha basta para agradar, pois sem essa nenhuma obra é agradável. Aquele que não rende esta honra que é devida a Deus, rouba a Deus Sua posse e O desonra; e esta é precisamente o pecado. Alem disso, enquanto não repara o que roubou, este permanece na culpa, e não será suficiente meramente restaurar o que roubou, mas, considerando o desprezo oferecido, este deve restaurar mais do que roubou. Pois assim como aquele que prejudica a saúde de outros não faz o suficiente para compensar o erro senão dando algo superrogatório pela injustiça praticada, ainda que o ouro recobre a saúde, assim, aquele que desonra a alguém não o recompensa com a devolução da honra, pois deve compensar a moléstia que lhe causou com algo que lhe agrade. Nós devemos também observar que quando alguém para o que injustamente roubou, este deve dar algo que o outro não poderia exigir se não tivesse existido o roubo. Assim, pois, todo o que peca deve devolver a Deus a honra que lhe roubou, e essa é a satisfação que todo pecador deve dar a Deus.
Definição de Superrogatório - Um Ato Superrogatório é todo aquele em que o agente que o produz sacrifica o seu próprio bem-estar de forma a beneficiar os outros sem que tivesse necessidade de o fazer. Assim, ao agir de forma superrogatória, o agente vai mesmo além do seu dever moral.( www.knoow.net/ciencsociaishuman/filosofia/acto_superrogatorio.htm).
Um comentário:
Gostei muito desta postagem, e da dica do livro!
Abraço pra vc!
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