Todos nós esperamos o final de um ano, pois estamos cansados e afadigados pelas tarefas, transtornos e outros acidentes que acontencem durante esse ano. Chegamos ao fim do ano, férias, supõe-se descanso e a chegada de um novo ano, que irá iniciar e por este motivo ficamos ansiosos na esperança de vermos esse novo ano trazendo coisas novas e boas para podermos desfrutarmos. Fazemos isso todos os finais de ano desde que nos conhecemos como gente, mas, afinal porque todo essa esperança e todas essas festas que realizamos, fogos, música, rituais de entrada de ano, comidas?
Considerando que vivemos numa parte do mundo que foi cristianizado e portanto tudo gira em torno de Jesus Cristo, para buscarmos uma resposta precisamos nos orientar pelo judaísmo já que o cristianismo recebeu muito dali. Para uma investigação mais apurado precisamos observar o comportamento do homem religioso em relação ao tempo.
Em várias línguas o termo mundo (cosmos) é igualmente utilizado no sentido de ano. Há uma correspondência religiosa entre o Mundo e o Tempo cósmico. O Cosmos é concebido como uma unidade viva que nasce, se desenvolve e se extingue no último dia do Ano, para renascer no dia do Ano Novo. 1
No judaísmo vamos reencontrar esse simbolismo temporal, no simbolismo cosmológico do templo de Jerusalém.
Segundo Flávio José (Ant. Jud. 111,7,7), os doze pães que se encontravam sobre a mesa significavam os deze meses do Ano e o candelabro de setenta braços representava os decanos (quer dizer, a divisão zodiacal dos sete planetas em dezenas). O Templo era uma imago mundi: situando-se no “Centro do Mundo”, Jerusalém, santificava não somente o Cosmos como um todo, mas também a “vida” cósmica, ou seja, o Tempo.2
Sendo assim, a cada fim de ano para o homem religioso o mundo morria e renascia no Ano Novo, gerando assim uma nova oportunidade de uma vida nova, todos os erros e pecados ficam mortos e eram enterrados junto o ano velho, e iniciava-se uma nova jornada.
Apesar de estamos vivendo em um mundo cada vez menos sacro, já que o santo e o profano estão em fase de união “se isso for possível”, mas a essência do homem religioso permaneceu na cultura.
Por isso, a cada final de ano ficamos na expectativa do Ano Novo, na esperança de que este novo ano traga coisas novas e boas.
1. Eliade, Mircea - O Sagrado e o Profano, pg.40.
2. Ibidem, pg.41.
2 comentários:
Oi Carlos! Concordo com tua posição de reflexão. Penso que sempre temos que ir além. Aprendo muito contigo!
Um forte abraço!
A Santa Jerusalém – Artigos Religiosos
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